sexta-feira, 29 de junho de 2012


Vejo os homens como árvores...

“E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam. Depois disto, tornou a pôr lhe as mãos sobre os olhos, e fez olhar para cima: e ele ficou restaurado, e viu cada homem claramente.” Marcos 8:22-25

Este é um dos textos impressionantes com relação à maneira do Senhor trazer cura às pessoas. Em um tempo de tanta ênfase em curas divinas, precisamos entender qual o verdadeiro valor das curas diante de Deus. Jesus nunca curou alguém pelo simples fato de curar, mas todas as curas que ele proporcionou tinham um ensinamento maior por traz do milagre.

E está cura registrada em Marcos 8 não é diferente, mas para compreendermos o que estava por trás desta cura precisamos ver o contexto ao redor da cura.

Marcos capítulo oito começa nos relatando a segunda multiplicação de pães operada pelo Senhor, nesta multiplicação são usados sete pães para alimentar quatro mil homens, a sobra deste milagre é de sete cestos. Após este milagre eles entram no barco para ir a certa região, lá Jesus é tentado pelos fariseus que pedem um sinal do céu que comprove sua divindade, o Senhor não cede a eles e parte novamente de barco.

Enquanto estão no barco ele constatam que só havia um único pão para que pudessem se alimentar, nesse momento o Senhor lhes dá uma lição, o Senhor lhes diz: “Cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes.”

Neste momento os discípulos começam a discutir entre si, porque achavam que o Senhor estava falando aquilo pelo fato de eles não terem levado mais pães, ou seja, o Senhor lhes falava de algo espiritual e eles pensavam nas coisas materiais, o Senhor lhes falava de coisas do alto e eles pensavam nas coisas da terra.

O Senhor os reprende pela falta de compreensão das coisas espirituais. “E Jesus, conhecendo isto, disse-lhes: Para que arrazoais, que não tendes pão? não considerastes, nem compreendestes ainda? tendes ainda o vosso coração endurecido? Tendo olhos, não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais,” Mc 8:17-18

O Senhor lhes lembra da multiplicação dos cinco pães e dos sete pães e quais foram os resultados disso, mas eles não conseguiam enxergar o que estava por trás destes milagres.

Quando continuamos a ler o texto parece que eles encerram o assunto ali e tocam a vida seguindo para a direção de Betsaida (casa de pesca). “E ele lhes disse: Como não entendeis ainda? E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse.” Mc 8:21-22



Chegando em Betsaida é trazido um cego até o Senhor para que este o curasse. Então Jesus tira aquele homem cego fora do povoado e cospe nos olhos do cego e lhe impõe as mãos, em seguida o Senhor lhe pergunta: “Vê alguma coisa?”, o que aquele homem lhe responde: “Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam.”, ou seja, estou vendo, mas não com nitidez.

 Assim o Senhor lhe impõe as mãos uma segunda vez e agora aquele homem começa ver com clareza. Saindo de Betsaida eles vão para Cesaréia de Felipe, e no caminho qual é a pergunta de Jesus aos discípulos? Como os homens me veem e como vocês me veem?

O que vemos com isso é que aquela cura em Betsaida tinha o intuito de ensinar uma realidade aos discípulos e a nós.

Que realidade? Que podemos ter sido tocados pelo Senhor e ainda sim não vermos as coisas com clareza, podemos estar vendo as coisas de forma nebulosa. Era isso que estava acontecendo com os discípulos ainda que houvessem sido tocados eles estavam como aquele homem, tirados da cegueira, mas ainda sim não estavam vendo com clareza.

Por isso eles não conseguiram compreender quando o Senhor os falou sobre o fermento dos fariseus e de Herodes, e muito menos conseguiram compreender as multiplicações.

Essa cura nos mostra que de tempos em tempos precisamos de um segundo toque do Senhor, um novo toque que faça com que as coisas fiquem mais claras a nós. O que levou aquele homem a receber o toque que permitiu que tudo ficasse claro para ele foi sua sinceridade com o Senhor, “Eu vejo, mas não de forma clara.”

Isso é nosso dia a dia com o Senhor, por mais tocados que fomos pelo Senhor nossa visão ainda é turva com relação às coisas espirituais, por isso necessitamos de um toque do Senhor que torne as coisas claras.

Agora entendemos porque o Senhor perguntou a caminho de Cesaréia: “Como os homens me veem e como vocês me veem?” A resposta de Pedro é; “Tu és o Cristo.” O que parece é que agora os discípulos estavam começando a ter visão espiritual, mas quando seguimos na leitura vemos Pedro sendo usado pelo inimigo e pensando nas coisas terrenas, ou seja, eles saíram da escuridão total, mas ainda não viam as coisas como deveriam ser vistas.

Nós não podemos achar presunçosamente que já possuímos uma visão clara, quanto as coisas espirituais. Assim nossa resposta ao Senhor a pergunta: “O que vês?”, deve ser: “Vejo os homens como árvores que andam.” Em outras palavras: “Agradeço por ter me tirado da cegueira, mas ainda minha visão está turva.”

Devemos dar glória ao Senhor porque antes estávamos em trevas, e ele nos tirou das trevas, mas entendamos que todos os dias, devemos dizer ao Senhor em humildade: “Ainda não vejo de forma clara”.

Quanto ainda esta turva nossa visão com relação as coisas espirituais, mas que o Senhor nos toque a fim de vermos as coisas com mais clareza.


 QUE DIAS SÃO ESSES? Que dias sãos esses? acredito que seja a perguntam que todos estejam se fazendo, até ontem estávamos vivendo nossas vi...