terça-feira, 31 de julho de 2012


Onde a justiça e a paz se beijaram.

“A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.” Salmos 85:10 (CRF)

“... Em primeiro lugar, seu nome significa "rei de justiça"; depois, "rei de Salém" quer dizer "rei de paz".” Hb 7.2 (CRF)

“... onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” Hb 6.20 (CRF)

Acredito que todos nós temos um livro preferido na bíblia, no meu caso sempre deixo bem claro que o meu livro favorito é o de Hebreus. Para mim é um enorme prazer passear por cada capítulo deste livro enigmático, tanto quanto à autoria humana, pois quanto à autoria divina não temos duvida que seja o Espírito Santo, quanto a alguns trechos do livro.

Quando lemos Hebreus nos deparamos com uma parte que exige dedicação para que possamos interpretar. A parte que exige dedicação é quando lemos acerca de Melquisedeque uma figura emblemática do velho testamento, o autor de Hebreus nos diz que Jesus é Sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. O que isso tem a nos dizer?

Não podemos nos esquecer de que todo Sumo sacerdote vinha da linhagem ou era segundo a ordem de Arão, além disso, eles eram da tribo de Levi. Segundo o livro de Hebreus, Jesus é o nosso Sumo sacerdote, ele é a realidade da sombra que Arão representava. Mas Jesus não era dá tribo de Levi e sim da tribo de Judá. Então Hebreus nos diz que ele é o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque.

Melquisedeque era no velho testamento um tipo do Senhor Jesus, em Gn 14.18 lemos que após vencer uma batalha Abraão (o pai da fé), tem um encontro com esse Melquisedeque que no texto é descrito como Rei de Salém e Sacerdote do Altíssimo (El-Elyon).

“Então Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe pão e vinho” Gênesis 14:18

Vemos que Melquisedeque então era um Rei Sacerdote, os dá linhagem de Arão jamais tiveram esse privilégio de serem reis sacerdotes, em (Zc 6.10 – 11) o Sumo sacerdote Josué recebe como um ato profético coroas (sobre isso podemos abordar em outra oportunidade) sobre sua cabeça, assim aquele Sumo sacerdote um símbolo de Jesus no velho testamento se torna um Rei sacerdote, o verso de numero treze nos diz que Ele (Jesus, o Renovo (Zc 6.12)) seria sacerdote em seu trono e Ele conseguiria casar as duas funções.

Assim quando lemos que Jesus é Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, é porque Jesus a semelhança deste Melquisedeque e do Sumo Sacerdote Josué é um Rei Sacerdote (Governa e Ministra).

Agora em Hebreus 7.2 nos é dado mais um detalhe que alia o nome de Melquisedeque ao nome da localidade de onde ele pertencia, Melquisedeque tem como tradução “rei de justiça” e a localidade onde ele reina é Salém que traduzido é paz. Temos Justiça e Paz.

Melquisedeque prefigurava o beijo, o casamento entre a justiça e a paz, entre o Rei que julga e o Sacerdote que intercede.

O salmo 85.10 profetizava que um dia a sombra se tornaria uma realidade, que aquilo que Melquisedeque prefigurava se tornaria real, um dia a justiça e a paz haveriam de se beijar, se unir.

E onde Justiça e Paz se beijaram? Quando o Senhor Jesus foi pendurado no madeiro, quando na cruz ele agiu com justiça, julgando o pecado sobre si, e assim reconciliando o homem com Deus, na Cruz a paz foi restabelecida.

Deus é justo e por isso seu caráter, sua natureza clama para que todo ato pecaminoso seja devidamente julgado, desta forma os pecadores jamais poderiam se relacionar com o Deus Santo e ainda teriam que receber a justa retribuição por seus atos e sua natureza pecaminosa.

Nossos pecados e nossa natureza pecaminosa nos faziam alvos da justiça divina, nos colocavam na posição de inimigos de Deus. Os animais sacrificados na antiga aliança só podiam empurrar o julgamento para adiante, ou seja, só podiam adiar o juízo de Deus.

Mas outro aspecto do caráter, da natureza de Deus é o Amor, assim do seu interior havia um clamor por reconciliação com sua criação. Como Deus poderia ser justo, julgando o pecado e ainda assim reconciliar os pecadores consigo? A justiça de Deus clamava por “morte aos pecadores”, mas seu amor clamava por “salve os pecadores”.

Deus não poderia ignorar os pecados, pois ele é Santo e Justo. Ele não poderia agir só por amor e deixar que nossos pecados permanecessem sem punição, pois isso feriria diretamente sua santidade, seu caráter, sua essência. Também não poderia condenar a todos sem providenciar-lhes salvação, pois isso feriria seu amor, sua justiça, seu caráter e sua essência. Então entra em cena Rm 3.26 que nos diz que ele em Cristo Jesus tornou-se justo (julgando o pecado) e justificador (providenciando um meio para salvação).

Você compreende que na Cruz a justiça e a paz se beijaram, se casaram. Jesus desta forma é para nós um Rei de Justiça e de Paz. Ele julgou nossos pecados em si mesmo e nos reconciliou consigo (2 Co 5.18). Diante disso Paulo nos diz onde está o orgulho, a vanglória? (Rm 3.27) Visto que o ato de nossa salvação é totalmente um ato divino? Não há lugar para nos gloriarmos, porque nenhuma obra pode fazer o que Jesus fez por nós na Cruz, nossa parte apenas é pela fé recebermos a justiça e a paz, providenciadas por Deus.

O texto de Gn 14.18 também nos diz que este Melquisedeque “Rei de Justiça e Rei de Paz” esse “Rei Sacerdote”, ministrou a Abraão (o pai dos que creem) pão e vinho, esses elementos eram mais que um símbolo, eles mostravam uma realidade, de que ao participar daquela mesa Abraão pela fé se faria participante da Justiça (Vinho - sangue) e da Paz (Pão - carne) providenciadas pelo Senhor. Você consegue entender que a semelhança de nosso pai Abraão, quando participamos da mesa do Senhor (Ceia), nos tornamos participantes de sua justiça e paz ministradas lá na cruz.

Outro detalhe é que Melquisedeque era sacerdote do Deus altíssimo, no hebraico El-Elyon, que não é apenas traduzido como Deus Altíssimo, mas também como o Deus que faz um pacto, uma aliança. Deus estava fazendo um pacto, uma aliança com Abraão utilizando como símbolos daquele pacto o pão e o vinho. Agora podemos entender quando Jesus disse que Abraão havia visto os dias do Senhor e se alegrado (Jo 8.56). Através de Melquisedeque Abraão viu a justiça e a paz se beijando, aquele vinho e pão profetizavam que um dia a justiça (vinho) e a paz (pão), haveriam de se beijar.

“Pai te louvamos por quem tu és: Santo, Justo e Amor. Te louvamos por não deixar nossos pecados impunes, mas julgá-los de forma devida na Cruz e dessa forma nos providenciastes um meio pelo qual pudéssemos ser reconciliados contigo. Assim como Abraão pela fé nos apropriamos do beijo da justiça e da paz. Obrigado Senhor, em nome de Jesus Cristo, Amém.”

Da próxima vez que você participar da mesa do Senhor, olhe o pão e o vinho da ótica dessa meditação.





domingo, 15 de julho de 2012


A vida de um servo

A casa e o barco

Hoje encerramos nossa campanha de leitura do evangelho de Marcos, muitos detalhes saltaram aos nossos olhos, como quando Jesus cuspiu em um homem para curá-lo, o fato de Jesus curar vários enfermos no sábado e na sinagoga. Vários irmãos tiveram a oportunidade de compartilhar aquilo que o Senhor ministrou em seus corações.

Como foi dito o evangelho de Marcos é aquela parte da palavra que apresenta Jesus como o Servo do Senhor, nos mostra que o verbo descrito em João não apenas se fez carne, mas quando assumiu a condição humana, ele se colocou em posição de servo e um servo disposto a dar a vida pelos pecadores (Mc 10.45).

Vimos nesses dias que o evangelho de Marcos poderia ser chamado de o evangelho de Pedro, pois por trás dos escritos de Marcos está o Apóstolo Pedro, alguns estudiosos acreditam que Pedro fez um pequeno diário relatando tudo o que o Senhor ia fazendo e falando, e Marcos teria traduzido esses escritos do aramaico para o grego. Isso pode ter acontecido, pois quando lemos o livro de Atos vemos que era forte a ligação de Pedro com a família de João Marcos.

Para encerrarmos falamos sobre como as entregas que Pedro fez ao Senhor mostram como a vida de um servo de Deus deve ser e que nível de entrega deve haver.

Antes de meditarmos na palavra lhe lanço uma pergunta: Qual é o seu nível de entrega ao Senhor? Em que nível o Senhor tem a sua vida e os seus bens? Agora vamos ver essa pergunta sendo respondida por Pedro.

“E alguns dias depois entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que estava em casa.” Marcos 2:1

Ao ler este versículo surge uma pergunta Jesus tinha uma casa própria? Quando ele ia para Cafarnaum tinha uma casa comprada ou alugada onde ele pudesse ficar? Quando ainda lemos 1.35; 9.33; 10.10 a ideia de que Jesus tinha uma casa fica ainda mais forte.

Mas essa ideia só não prevalece quando lemos 1.29, quando lemos que ao chegar a Cafarnaum Jesus foi para a casa de Simão Pedro e André, o verso 35 nos diz que ele saiu de casa de madrugada, isso mostra que a casa de Pedro se tornou a casa de Jesus. Pedro entregou sua casa para que ela fosse a casa do Senhor. Quando Jesus vai para a Judeia ele começa a usar a casa de lazaro, e a casa de lazaro se torna a sua casa.

Casa fala de quem nós somos. Alguém já disse que se queremos conhecer uma pessoa passe um tempo em sua casa, pois sua casa é o que a pessoa é. Uma casa bagunçada pode muito bem mostrar o caráter daqueles que ali moram, assim como uma casa arrumada.

Jesus tinha liberdade para entrar e sair na casa de Pedro e ao ponto de os relatos bíblicos nos darem a ideia de que a casa não era de Pedro e sim de Jesus. Se a casa fala do que somos. Pedro entregou a Jesus o que ele era, entregou o seu ser ao Senhor, e a entrega foi completa. Jesus podia entrar e sair, comer e descansar na casa que Pedro cedera ao Senhor. Vamos direto ao ponto você já entregou a sua casa ao Senhor ao ponto que sua casa perca identidade de que ela é sua e ganhe a identidade do Senhor? Sei que você está dizendo que não e por que não?

Acredito que a resposta é porque deixamos o Senhor entrar e colocamos restrições em sua ação. Alguns de nós sequer abrimos o portão, outros conversam com ele no quintal, ainda outros apenas na sala, talvez você até o deixasse dar uma olhada na casa, mas deixou alguns cômodos trancados.

Pedro entregou sua casa totalmente, deixou o Senhor entrar em sua intimidade e mudar a identidade de quem ele era, para a identidade do Senhor, é isso que vemos acontecendo na vida de Pedro em sua caminhada com o Senhor e também deve acontecer conosco. A entrega de nosso ser deve ser total. Ainda que ele não esteja no governo, você precisa estar no processo de rendição. O grande problema é que ele está a porta batendo e nós não abrimos a porta para que ele entre. (Ap 3.20)

Mas Pedro não entregou só sua casa, seu ser, sua vida. Vejamos agora (Mc 3.9; 4.1; Mc 6.32, 47, 51, 54.)
O que vemos nos versos acima é Jesus utilizando um barco como púlpito e como meio de transporte para as viagens do Reino.
E lhe faço uma pergunta: De quem era o barco? Depois do que dissemos acima ficou fácil à resposta. O barco era de Pedro, Lc 5.3, nos diz isso, e quando analisamos Mc 4.36, 38, vemos que o texto da detalhes do barco que só um pescador e o dono do barco poderiam fornecer.
Os discípulos estão no barco com o Senhor quando são atingidos por uma tempestade, o escritor dá o detalhe de que Jesus estava na popa do barco, isso é um termo técnico, eu escreveria que Jesus estava na parte de trás do barco, mas um pescador usaria um termo com o qual ele está familiarizado.
Outro detalhe que nos é apresentado é que Jesus estava dormindo com a cabeça em uma almofada ou travesseiro, esse detalhe do travesseiro fica mais bem entendido quando estudamos este texto na língua grega que diz que o Senhor estava reclinado dormindo em um banco almofadado, ou seja, Pedro sabia que seu barco tinha um diferencial, tinha um banco almofadado preparado por ele para a pescaria confortável. Veja Pedro deu o melhor acento para o Senhor.

Enquanto a casa fala de quem somos, o barco fala do que temos, o barco era o meio pelo qual Pedro tirava o seu sustento, era a sua ferramenta, seu negócio, e tudo isso ele colocou a serviço do Senhor. Pedro entregou quem ele era, mas também entregou o que ele tinha e por completo.
Aprendemos com Pedro que o verdadeiro servo tem uma entrega total a seu Senhor, tudo o que ele era e tudo que ele tinha era de Jesus.
Lembra-se da pergunta que lançamos no inicio? Qual é o seu nível de entrega ao Senhor? Em que nível o Senhor tem a sua vida e o seus bens?
A resposta de Pedro foi tudo que sou e tudo que tenho é do Senhor, minha casa e meu barco são seu Senhor. E a sua resposta qual é? Sua casa e seu barco são do Senhor?
Acredito que ainda não seja, mas a questão é você já abriu a porta da sua casa para que o Senhor entre, você já convidou o Senhor para entrar em seu barco e assumir o comando. Lembre-se a entrega é o começo e a rendição total é um processo.
De forma prática como podemos responder a essa palavra?
Quanto a casa (sua vida, seu ser) convide o Senhor para entrar e entregue a ele todo o seu ser principalmente os quartos secretos da sua vida.
Quanto ao barco convide o Senhor para tomar o controle do que você tem e como uma atitude de entrega, se ainda não é torne-se um dizimista e ofertante e se já faz isso entregue uma oferta especial ao Senhor do seu salário ou do seu negócio como um sinal de sua entrega.
A vida de um servo é uma vida de entrega, os servos genuínos entregam a casa e o barco ao Senhor.

Por Ap. Marcio

(13/07/12)

IALI-BOA VISTA

terça-feira, 3 de julho de 2012

Resumo da mensagem do dia 01/07


Ele não levou em conta o ser Deus...

Filipenses 2.5-8
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”
Irmãos, começamos hoje um estudo sobre o livro de Marcos, vamos estudar por três semanas, e ver o que o Senhor tem a nos dizer. O versículo chave do Evangelho de Marcos é 10.45, isso nos mostra que um dos aspectos mais marcantes do ministério de Jesus foi sua disposição em servir, como vimos em Mt 11.28-30, Jesus é o Boi mais velho que nos ajuda a fazermos a vontade de Deus. O que o Espirito Santo quer nesses dias é nos revelar esse aspecto do caráter do Senhor e o evangelho de Marcos é o livro que mostra Jesus como o Servo do Senhor, nos mostra a face do Boi dos querubins, nos mostra o vermelho da cortina do Tabernáculo.
“Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir (Boi arando), e para dar a sua vida em resgate de muitos. (O boi sendo entregue no altar)” Mc 10.45
Mas antes de mergulharmos no espirito do evangelho de Marcos, precisamos tomar uma chave para que esse livro se abra para nós e essa chave está em Fp 2.5-8. Não podemos ler o evangelho de Marcos sem entender o coração do Senhor.
Os grandes estudiosos da bíblia são unanimes em dizer que este trecho era um cântico da Igreja do primeiro século. Veja o Ap. Paulo evoca que todo cristão deve possuir o mesmo sentimento do Senhor e que sentimento é esse?
Jesus era Deus e não teve por usurpação ser igual a Deus, uma tradução alternativa é: “O qual, subsistindo em forma de Deus, não julgou que o ser igual a Deus fosse coisa de que não devesse abrir mão,”. Ou seja, Jesus não ficou preso a sua posição de Deus, e por isso abriu mão de sua posição se humilhando tomando a forma humana.
Irmãos imagine a glória que o envolvia, e isso não prendeu seu coração, mesmo diante de tanta glória ele decidiu se humilhar.
 Mas veja ele não apenas tomou a forma humana, ele desceu ainda mais, entre os homens ele se tornou servo e ainda desceu mais um degrau morreu de uma forma maldita e vergonhosa e humilhante.

 QUE DIAS SÃO ESSES? Que dias sãos esses? acredito que seja a perguntam que todos estejam se fazendo, até ontem estávamos vivendo nossas vi...