Campanha Ecos da Cruz
1º Eco: Um eco que nos transmite perdão.
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”. Lc
23.34
Jesus tem uma noite de agonia e sofrimento, seu corpo esta dilacerado
pelos açoites, suas mãos e pés estão perfurados, dores terríveis percorrem todo
seu ser, sua vida escoa junto com seu sangue, ele poderia ficar calado
esperando sua hora chegar, mas não é isso que ele faz, ao invés de ficar calado
ele escolhe falar.
E a primeira frase que sai de sua boca e que ecoam até os nossos dias é:
“Pai,
perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.”, na verdade o que primeiro
sai de sua boca são mais do que palavras é uma oração.
Jesus foi um homem de oração, e em seus últimos momentos não poderia ser
diferente, sua oração tem muito a nos ensinar. Em momentos de sofrimentos
tendemos a nos voltar para nós, tendemos a interceder por nós, mas Jesus não
agiu assim, em seu momento de sofrimento ele clamou pelos outros, ele
intercedeu por nós. Ele recorreu ao Pai pelos homens, para que estes tivessem o
perdão por seus pecados, pois o perdão por nossos pecados é nossa necessidade
mais básica.
A quem é dirigida sua
oração?
Sua intercessão é dirigida a seu Pai, essa é a primeira palavra que sai
da boca de nosso Senhor e que nos revela seu relacionamento com Deus, Jesus por
muitas vezes em sua caminhada na terra se referiu a Deus como Pai e não seria
no fim de sua vida terrena que ele deixaria de falar ao Pai. Será que em
momentos de terrível sofrimento, ainda continuaríamos confiando em nosso Pai
celestial? Será que em meio aos espinhos da vida continuaríamos com nossa alma
a descansar nos braços do Pai?
Pois é a primeira das ultimas palavras de Jesus mostram que ele nunca
desconfiou de seu Pai, ele nunca desconfiou dos caminhos que seu Pai traçou
para ele, em seus últimos momentos ele não abandonou a posição de filho e filho
amado que trazia grande prazer ao Pai. Nos momentos de sofrimento costumamos
ter nossa alma inundada pela duvida, quanto o amor de Deus por nós, e
costumamos nos questionar como um Deus bom, como nosso Pai de amor poderia
permitir tamanha dor e sofrimento?
Mas quando olhamos ao Senhor naquela Cruz podemos ver um filho que
confiava na bondade do Pai, vemos um filho que podia descansar em meio ao
sofrimento e assim interceder pelos outros.
Os sofrimentos, as dores e as pressões não abalaram o relacionamento
entre o filho e o pai. Na cruz vemos que o sofrimento faz parte da vida dos
filhos de Deus, em algum momento experimentaremos a dor e isso não deve anular
nossa confiança no amor de Deus.
Jesus não permitiu que as nuvens do sofrimento nublassem seu
relacionamento intimo com Deus, ele sabia que por traz das nuvens do sofrimento
estava um Deus que era nada mais nada menos que seu Pai, (Is 53.10).
Jesus sabia que seu Pai podia livrar-lhe daquele sofrimento, mas ele
decidiu se render a vontade do Pai, ele sabia que ser poupado daquele momento
não fazia parte dos planos do Pai, então ele decidiu viver os planos do Pai,
(Lc 22.42).
Tal pensamento não parece perturbador em uma época em que o que mais
ouvimos nos sermões são palavras triunfalistas que procuram banir a ideia de
que muitas vezes o sofrimento seja parte do plano de Deus para nós, eu sei tal
pensamento é perturbador pensar que muitos sofrimentos permitidos pelo pai, são
parte de seus planos para nós.
Agora pense nos sofrimentos que ele viveu: injustiça, açoites,
acusações, espancamento, abandono e por fim a cruz. Não eram por seus erros,
que ele sofria, mas por nossos erros, ele tinha todo o direito de questionar ao
Pai, mas não o fez. Ele poderia perder a fé em seu Pai, mas não o fez, ele
sabia que embora aquela comida fosse amarga ainda sim era a vontade do Pai, (Jo
4.34).
Jesus em meio ao sofrimento ainda conseguia ver Deus em sua mais pura
essência, ele ainda conseguia confiar no caráter daquele que o havia enviado. É
comum o sofrimento escurecer nossa visão com relação a Deus e seu caráter, mas
Jesus nos mostra que é possível manter nosso relacionamento com ele mesmo em
meio à dor. É possível ver o Pai em meio à dor? Jesus nos diz: “Sim é
possível”.
“Será que podemos dizer “Pai” enquanto estamos
sendo crucificados?” Erwin Lutzer
Por quem ele ora?
“Perdoa-lhes, eles não sabem o que
fazem”, essa é a sequencia de suas palavras que mostram que na verdade suas
últimas palavras, não eram um discurso de lamento em meio ao sofrimento, mas
sim uma oração. Mas seria uma oração por si? A resposta é não.
Uma das grandes dificuldades dos homens é viver aquilo que professam com
suas bocas, mas o Senhor mostrou que é possível viver o que se prega, ele por
muitas vezes disse: “Orem por seus inimigos, orem por aqueles que vos
perseguem. (Mt 5.44)” e no momento em que ele mesmo teria que provar o valor de
suas palavras ele o fez, orando por aqueles que o perseguiam e maltratavam.
Alguém já disse que a dor tem o poder de colocar aquilo que está em
nossos corações para fora, e Jesus mostrou que em seu coração havia amor e
perdão. O
texto grego mostra que Jesus clamava com insistência por perdão em favor de
seus agressores.
Seus inimigos lhe deram um cálice de dores e insultos para que ele
tomasse, e ele lhes devolveu um cálice de perdão, Jesus podia clamar ao seu Pai
por justiça e vingança, mas ele clamou por misericórdia e perdão. Assim Jesus
transformou aquela Cruz em um trono de graça e misericórdia da parte de Deus
(Hb 4.16).
Essas palavras nos dão segurança para achegarmos aos pés da Cruz e
recebermos graça e misericórdia? Essas palavras ainda ecoam junto a Cruz e
estão disponíveis a todos que ali comparecerem. Talvez neste momento você
esteja precisando de perdão e misericórdia, o que posso lhe dizer é que a cruz
é o lugar seguro onde você pode se achegar e receber tal dadiva.
Jesus orava por aqueles que o maltratavam, pois ele sabia que eles
cometiam o pecado da ignorância, o Senhor sabia que mesmo o pecado da
ignorância precisava de sacrifício (Lv 5.15), não que eles estavam inocentes
diante daquela situação, o Senhor não podia fechar os olhos para os erros
deles, mas Ele sabia que eles eram ignorantes quanto ao tamanho de seus pecados
e suas consequências.
Será que nós também não caminhamos na mesma situação? Nós nunca sabemos
o tamanho de nossa transgressão e suas consequências por isso ele intercedeu
por perdão a eles, mas a também a nós, e ele ainda continua fazendo isso a
direita do Pai.
Muitos homens não se dão conta, mas toda a humanidade está aos pés da
Cruz, alguns ainda continuam crucificando o filho de Deus, outros ainda
continuam blasfemando contra ele e ainda outros o continuam colocando a prova,
mas suas palavras para tais homens ainda continuam sendo “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Será que
somos capazes de perdoar aqueles que estão com os pregos e o martelo nas mãos?
Uma pergunta me surge à mente o que seria daquele ladrão na Cruz, se
Jesus não houvesse aberto a porta da misericórdia e graça? Quando vemos o
clamor daquele ladrão por salvação, (Lc 23.42), vemos que Deus respondeu a
oração do Senhor, mas não só respondeu como ainda continua respondendo.
Continuamos a ferir o filho de Deus com nossas ofensas, mas o que estas
palavras nos mostram é que existe esperança e perdão para o arrependido, que
existe salvação para o perdido.
O clamor dos homens junto a cruz era: “E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo:
Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de
Deus.” Lucas 23:35
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