quinta-feira, 8 de março de 2012

O 1º Eco da Cruz - Um eco que nos transmite perdão.


Campanha Ecos da Cruz

1º Eco: Um eco que nos transmite perdão.
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”. Lc 23.34

Jesus tem uma noite de agonia e sofrimento, seu corpo esta dilacerado pelos açoites, suas mãos e pés estão perfurados, dores terríveis percorrem todo seu ser, sua vida escoa junto com seu sangue, ele poderia ficar calado esperando sua hora chegar, mas não é isso que ele faz, ao invés de ficar calado ele escolhe falar.

E a primeira frase que sai de sua boca e que ecoam até os nossos dias é: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.”, na verdade o que primeiro sai de sua boca são mais do que palavras é uma oração.

Jesus foi um homem de oração, e em seus últimos momentos não poderia ser diferente, sua oração tem muito a nos ensinar. Em momentos de sofrimentos tendemos a nos voltar para nós, tendemos a interceder por nós, mas Jesus não agiu assim, em seu momento de sofrimento ele clamou pelos outros, ele intercedeu por nós. Ele recorreu ao Pai pelos homens, para que estes tivessem o perdão por seus pecados, pois o perdão por nossos pecados é nossa necessidade mais básica.

A quem é dirigida sua oração?

Sua intercessão é dirigida a seu Pai, essa é a primeira palavra que sai da boca de nosso Senhor e que nos revela seu relacionamento com Deus, Jesus por muitas vezes em sua caminhada na terra se referiu a Deus como Pai e não seria no fim de sua vida terrena que ele deixaria de falar ao Pai. Será que em momentos de terrível sofrimento, ainda continuaríamos confiando em nosso Pai celestial? Será que em meio aos espinhos da vida continuaríamos com nossa alma a descansar nos braços do Pai?

Pois é a primeira das ultimas palavras de Jesus mostram que ele nunca desconfiou de seu Pai, ele nunca desconfiou dos caminhos que seu Pai traçou para ele, em seus últimos momentos ele não abandonou a posição de filho e filho amado que trazia grande prazer ao Pai. Nos momentos de sofrimento costumamos ter nossa alma inundada pela duvida, quanto o amor de Deus por nós, e costumamos nos questionar como um Deus bom, como nosso Pai de amor poderia permitir tamanha dor e sofrimento?

Mas quando olhamos ao Senhor naquela Cruz podemos ver um filho que confiava na bondade do Pai, vemos um filho que podia descansar em meio ao sofrimento e assim interceder pelos outros.  Os sofrimentos, as dores e as pressões não abalaram o relacionamento entre o filho e o pai. Na cruz vemos que o sofrimento faz parte da vida dos filhos de Deus, em algum momento experimentaremos a dor e isso não deve anular nossa confiança no amor de Deus.

Jesus não permitiu que as nuvens do sofrimento nublassem seu relacionamento intimo com Deus, ele sabia que por traz das nuvens do sofrimento estava um Deus que era nada mais nada menos que seu Pai, (Is 53.10).

Jesus sabia que seu Pai podia livrar-lhe daquele sofrimento, mas ele decidiu se render a vontade do Pai, ele sabia que ser poupado daquele momento não fazia parte dos planos do Pai, então ele decidiu viver os planos do Pai, (Lc 22.42).

Tal pensamento não parece perturbador em uma época em que o que mais ouvimos nos sermões são palavras triunfalistas que procuram banir a ideia de que muitas vezes o sofrimento seja parte do plano de Deus para nós, eu sei tal pensamento é perturbador pensar que muitos sofrimentos permitidos pelo pai, são parte de seus planos para nós.

Agora pense nos sofrimentos que ele viveu: injustiça, açoites, acusações, espancamento, abandono e por fim a cruz. Não eram por seus erros, que ele sofria, mas por nossos erros, ele tinha todo o direito de questionar ao Pai, mas não o fez. Ele poderia perder a fé em seu Pai, mas não o fez, ele sabia que embora aquela comida fosse amarga ainda sim era a vontade do Pai, (Jo 4.34).

Jesus em meio ao sofrimento ainda conseguia ver Deus em sua mais pura essência, ele ainda conseguia confiar no caráter daquele que o havia enviado. É comum o sofrimento escurecer nossa visão com relação a Deus e seu caráter, mas Jesus nos mostra que é possível manter nosso relacionamento com ele mesmo em meio à dor. É possível ver o Pai em meio à dor? Jesus nos diz: “Sim é possível”.

“Será que podemos dizer “Pai” enquanto estamos sendo crucificados?” Erwin Lutzer

Por quem ele ora?

“Perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”, essa é a sequencia de suas palavras que mostram que na verdade suas últimas palavras, não eram um discurso de lamento em meio ao sofrimento, mas sim uma oração. Mas seria uma oração por si? A resposta é não.

Uma das grandes dificuldades dos homens é viver aquilo que professam com suas bocas, mas o Senhor mostrou que é possível viver o que se prega, ele por muitas vezes disse: “Orem por seus inimigos, orem por aqueles que vos perseguem. (Mt 5.44)” e no momento em que ele mesmo teria que provar o valor de suas palavras ele o fez, orando por aqueles que o perseguiam e maltratavam.

Alguém já disse que a dor tem o poder de colocar aquilo que está em nossos corações para fora, e Jesus mostrou que em seu coração havia amor e perdão. O texto grego mostra que Jesus clamava com insistência por perdão em favor de seus agressores.

Seus inimigos lhe deram um cálice de dores e insultos para que ele tomasse, e ele lhes devolveu um cálice de perdão, Jesus podia clamar ao seu Pai por justiça e vingança, mas ele clamou por misericórdia e perdão. Assim Jesus transformou aquela Cruz em um trono de graça e misericórdia da parte de Deus (Hb 4.16).

Essas palavras nos dão segurança para achegarmos aos pés da Cruz e recebermos graça e misericórdia? Essas palavras ainda ecoam junto a Cruz e estão disponíveis a todos que ali comparecerem. Talvez neste momento você esteja precisando de perdão e misericórdia, o que posso lhe dizer é que a cruz é o lugar seguro onde você pode se achegar e receber tal dadiva.

Jesus orava por aqueles que o maltratavam, pois ele sabia que eles cometiam o pecado da ignorância, o Senhor sabia que mesmo o pecado da ignorância precisava de sacrifício (Lv 5.15), não que eles estavam inocentes diante daquela situação, o Senhor não podia fechar os olhos para os erros deles, mas Ele sabia que eles eram ignorantes quanto ao tamanho de seus pecados e suas consequências.

Será que nós também não caminhamos na mesma situação? Nós nunca sabemos o tamanho de nossa transgressão e suas consequências por isso ele intercedeu por perdão a eles, mas a também a nós, e ele ainda continua fazendo isso a direita do Pai.

Muitos homens não se dão conta, mas toda a humanidade está aos pés da Cruz, alguns ainda continuam crucificando o filho de Deus, outros ainda continuam blasfemando contra ele e ainda outros o continuam colocando a prova, mas suas palavras para tais homens ainda continuam sendo “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Será que somos capazes de perdoar aqueles que estão com os pregos e o martelo nas mãos?

Uma pergunta me surge à mente o que seria daquele ladrão na Cruz, se Jesus não houvesse aberto a porta da misericórdia e graça? Quando vemos o clamor daquele ladrão por salvação, (Lc 23.42), vemos que Deus respondeu a oração do Senhor, mas não só respondeu como ainda continua respondendo.

Continuamos a ferir o filho de Deus com nossas ofensas, mas o que estas palavras nos mostram é que existe esperança e perdão para o arrependido, que existe salvação para o perdido.

O clamor dos homens junto a cruz era: “E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus.” Lucas 23:35


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